Vento
Que me pede alento
Entre as tempestivas ondas
Seca-me o pranto
Enxuga as minhas roupas dos varais
Leva para os campos
As sementes de girassóis
Vento
Que me roubas a dor
O sabor da baunilha
Do amor a partilha
Vento
Que iça as velas
Bate os sinos das capelas
Filho doce das ventanias
Que me toma do peito
As insensatas vilanias
Que marcam meus dias
Quando não me toca o rosto
Quando sou puro desgosto
A esperar que me liberte do mal
Vento
Que assovia em dueto com os passarinhos
Que derruba e varre as folhas dos outonos dos ninhos
Vento
Colorido
Festivo
Deixa-me no abandono
Deixa-me solta
A completar a seara
Vento
Amigo
Ouça meu coração
Ele é grande e não tem fronteiras
Vento
Forte
Cura-me os machucados
As nuvens negras
Viajantes dos céus nublados
Seja lenitivo
À minha paz por instantes
Vento
Uivante
Vento
De sussurros
Diga aos meus ouvidos
Somente palavras de amor
Somente o nome da flor
Que poderá guiar meus passos
Vento
Devasso
Companheiro dos trovões
Abra as cortinas das minhas janelas
Tire da casa as poeiras velhas
Escancare os portais dos meus sonhos
Torna frio os olhos
Compassiva a mente
Vento
Transparente
Entre desapercebido
Pois nada desejo para agora
Apenas si
Oh! Vento
A transformar-me folhas em branco
Onde possa escrever uma história
Novamente
Imagem do Google
3 comentários
Tanto, tanto, a se dizer do vento!
Você sabe mais que ninguém, dizer que sem ele, a vida não tem poesia...
Beijo, Malu,
da Lúcia
Grata, Lúcia, pelo carinho de vir até aqui.
Um grande abraço e lindo dia para si... Quando o vento nos toca a pela já sabemos que a VIDA vale por muito...
Ouvir o vento, suas verdades e fantasias e contar tudo de forma tão bela.Parabéns.
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