quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

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ALENTO

Atento ao alento
                 tento: misturo na oração
                           preces de desalentos

         relato aos deuses
         a pobreza congênita
         das ideias e ofereço
         minha vida ao fracasso

das vitórias - redomas aduncas -
retiro razões endêmicas das glórias
e as oferto em tragédias

destento erro a frase final
do agradecimento: nem
que o teto caia sobre minha
cabeça - naquela hora -
me faço ciente do cansaço

o fracasso suga das forças
a impotência do arroubo: vento
respostas e na prece ressurgem
indagações primeiras: a tentação
ignora o tormento e se transforma.

(Pedro Du Bois, inédito)

2 comentários

Lídia Borges


Em jeito de auto punição.

Que nunca se perca o alento.

Bjs

Pedro Du Bois

Lídia, sua leitura faz bem ao poema. Abraços, Pedro.