O CARRO DO SOL
8.
Sorria a loura laje do Templo de Apolo nas
armações do Sol. As cores do piso refletiam seus matizes de rosa e lilás,
parecendo afirmar a diversidade do espectro da luz. Mona dançava, sem
sofreguidão, as amplidões que não se definiam, mas, as sombras da noite ainda faziam
perguntas na alma da bela morena.
- O segundo
caminho...
- Pois bem,
a branca semente estendida para o pouso de seus colhedores.
- Por que os
seus mantos não conseguiram fazer o ajuste?
- Apenas
suspenderam e esfriaram a extorsão.
-
E conviveram lado a lado, corpo a corpo, face a
face, quase conjugados, em um o espelho do outro.
-
As águas alternam-se e são desprovidas de
linearidade em seu círculo. Quando se aprofundam no fosso fazem abrir a larva
do centro.
-
Agora que me encaminho para além de meu ponto de
força, questiono a forma que se forma em igual forma dos que trazem todo o peso
frente a frente com aqueles levitados ao contorno do rio... Por que não se
desmerecem, se um é tão mal proporcionado para o outro? É necessário que em
cadeia se procriem, entrecruzados, todos no mesmo espaço de tempo?
-
A densidade acaba por subir à tona e desvaler seus
espectros vermelhos.
-
Perde-se o
controle do núcleo no vazamento da entropia e, as ondas vermelhas de frio já
não impedem que se alastre o poder negro da força centrípeta.
- É necessária
a correta utilização da energia e o bom ajuste da forma, pois a estrela só
deriva nas faixas de amarelo. Mas, enfim, é crível que você suponha causas
morais para os desarranjos do solo? Mona é tida, pelos sacerdotes da Ascensão,
como filha e produto da ação.
- E, para
bem nutri-la nos novos tempos, preciso assegurar-me da correta utilização
daquele meio e de outro fim. Se me permite observar, meu anjo, os melhores
humanos nem sempre vibram nas faixas de ouro, e alguns são excessivos nas
vertigens e visões, esparramando-se azuis e atônitos no espírito.
-
E outros, irradiando comedimento, vermelhos e
santos, estendem para o povo a teia da sensitividade e compaixão. A nave se
assumirá como melhor lhe condizer, pois o seu atrator é, de a muito, veste inserida
em seus corpos superiores.
-
O Carro do Apolo Dourado apenas conduzira os
discípulos para o altar de direito.
- Mas,
podem os arcos se deitarem ao pé de suaves nascentes.
-
O que me embaraça nesse novo patamar é que já se
desvanecem os contornos de muitas de minhas certezas.
-
Talvez fossem apenas condições iniciais, formadas a
partir de um cálice não totalmente provido.
-
São os primeiros acorde que fazem a sinfonia.
Sempre fui fechada em brumas, com alguns humores, ainda que a superfície, um
tanto ácidos. Agora, abre-se um mundo
mais tênue e firme do que aquele que conhecia.
- Portanto
você está em transformação e não pode inaugurar-se antes do tempo.
-
E, para se chegar à ação, não se vestem bem as dúvidas do poeta e nem a
dialética do professor.
- Porém,
para ser a forma do fato, aquela que inspira e traduz a insígnia do Arquétipo
da Água, Mona deve primeiro dedicar-se à metafísica da mente espalmada no alvo
das variações da vida, conformando ao sistema todas as suas prendas.
- Perfazer
o longo do rio nem sempre é dimensionar-lhe o leito.
-
As dúvidas se abrandam à medida que o corpo pousa
no novo cálice.
-
Você acredita que é melhor não transfigurar As
sombras que ainda permanecem no vale. Para fugir dos nódulos, que afrontam o
bom espírito, posso entreter-me no ocaso das medições de freqüência da luz.
Todavia, quando um novo caminho se anuncia, não o faz para espantar ou diminuir
as outras boas apreensões da dança. Seu
principal objetivo, feitas as muitas contas, pode ser apenas o da linearização.
-
Se tão bem o sabe, nada mais preciso dizer-lhe.
Acompanhemos o atrator, ele terminará por completar a sua órbita.
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