Foi na última noite.
A primeira tempestade
da madrugada
Anunciava a chegada do
alvorecer
E todos os raios que
partiram
Em viagens ignoradas
Voltarão em um clarão
de lucidez.
Eu só me ria, só me
ria
correntes e grilhões
desabando
nem barreiras nem
segredos
como vivemos por
tantos anos
agrilhoados
obstinados.
Mas, tem a primeira
madrugada.
Antes de adormecer grande
despertar
palavras e conceitos
– não refaço não
repiso não teorizo.
Prática pré-praxis teoria
depois
sonho agora nessa
madrugada.
castigos e fetiches
coração eterno coração
detive incansável
que ronda teus passos
deve estar na poeira dos teus pés
o segredo da minha paz.
Quando adormeci
esquecida no perfume dos teus braços,
fiz a ultima promessa,
a primeira grande tentativa.
Só falo com os lábios
cerrados, só amo escancarado,
aquelas naves de prata
vem logo me buscar.
Querem recados, exigem
desígnios, e eu quase não me lembro de te amar
mas, se ti amo ou ti
quero, vislumbro tempestades no teu castelo,
fortaleza de
grã-senhor – bigodes perfumados os dentes sedentos de meu sangue...
se não sou tua mais
provável que sejas meu
pois sou
inevitavelmente minha, minha, minha,
sempre tão minha e tão
senhora
sedenta e segura a te
procurar
tantos anos e séculos
para a frágil senhora
que chora e beija tantas
lágrimas apaga tanto sangue
quantos olhos
vermelhos paralisados cansados
deixarei
fechar.
quando
comecei a grande viagem
já não
interrogava mais
já não era
mais
dei três
voltas no relógio
amei teus
olhos de pássaro preso
tua força de
bárbaro bruxo
arranquei as
pedras de teu castelo
espalhei
brisas de orvalho
no chão que
beija teus pés.
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