Junto à porta trancada
a passagem estanca o corpo
vendados olhos buscam o refeito
espírito espreitado em horas
não é comigo que o mito está
desde outros tempos: o colorido
da tela demonstra a esteira
em andamento. Passos fingem
trajetos e os lados se repetem
em paredes altas.
Ciúmes: a voz elevada na discussão
da guerra em armas disparadas
tal música aos ouvidos roucos
tantos os versos combinados
no calendário que aponta o dia
em que a mão repete o refrão
porque do solo o frescor da água seca
a roupa dependurada no varal
espera a mão que a colha
na certeza do crime
e os passos rápidos repetem
o trajeto: seguem os olhos
até onde não olha desperto.
(Pedro Du Bois, inédito)
sexta-feira, 5 de abril de 2013
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CIÚME
autor(a): Pedro Du Bois
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