“Renda-se ou morra!”. A temível bandeira com a caveira e as duas espadas cruzadas tinha um recado claro e direto às embarcações que navegavam pelo Mar do Caribe. E a chegada do navio pirata comandado por John Terrible sempre causava pânico. Relativamente magro e de estatura mediana, John Terrible tinha cabelos longos e negros, presos em um rabo-de-cavalo, uma barba comprida e aparada, e grandes olhos castanhos.
O terrível pirata caribenho era reconhecidamente vaidoso, tanto que surrupiava os trajes dos nobres quando invadia os seus barcos. Para os padrões do século 18, era considerado um homem bonito e atraente, e fazia muito sucesso nas tavernas dos portos por onde atracava, seja para se abastecer de provisões, ou promover seus “negócios”.
Astuto, tinha um olhar frio e penetrante. Implacável tanto com a marujada, como com seus inimigos. Nos saques que realizava, principalmente nos navios espanhóis, franceses e ingleses, além de ouro, prata e jóias, costumava raptar as mulheres das quais se agradasse, fossem senhoras, ou donzelas... E depois de fazê-las prisioneiras, usava de seus artifícios de sedução para conquistá-las e transformá-las em piratas também. Reza a lenda que poucas resistiam ao seu charme, apesar dele ter o que se poderia chamar de “um coração de granito”... E se por acaso não se agradasse, ou se cansasse de alguma delas, ou ainda fosse rejeitado, dava ordem para os marinheiros as jogarem ao mar...
Rico e poderoso, John Terrible foi por mais de duas décadas caçado pelas monarquias que pilhou. Nesse período, o “Senhor das Águas Sombrias” pintou e bordou, ou melhor, assaltou e se refestelou com sua tripulação após as pilhagens. Promovia festas e banquetes memoráveis, sempre regados com muito rum.
Mas os seus dias de crimes impunes chegaram ao fim quando finalmente a sua embarcação, “Terror dos sete mares”, foi rendida em uma emboscada na Jamaica. Preso e condenado à forca, John Terrible foi conduzido por um carrasco para ser executado em uma grande praça. Causava espanto o grande número de mulheres no local, aos prantos...
_ Ei, Samuel, acordaaa! Já são 7 horas, homem!
_ Ai, Raquel, logo agora que ia acontecer o enforcamento do John Terrible!
_ Ha ha ha. É isso que dá ficar assistindo filmes de piratas antes de dormir... E pensar que hoje existe o Partido Pirata, que nasceu na Europa e tem até candidato brasileiro concorrendo ao Parlamento Alemão...
- É mesmo! É um tal de Fabrício do Canto, que adotou o apelido de “Infiltrado”, um gaúcho radicado na Alemanha que quer revolucionar a forma de se fazer política por lá... E esse partido já existe também no Brasil! Ah, piratas!...
Sônia Pillon é jornalista e escritora, nascida em Porto Alegre (RS) e desde 1996 radicada em Jaraguá do Sul (SC), Brasil.
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