derramei nas águas lágrimas
silenciosas estupefatas
salguei meu sangue pequenos
refluxos de água parada
ficaria sempre com o
mar, o sussurrar do mar
água água me deixe flutuar
recorde nas noites
fechadas da cidade verticalizada
o murmurar de tuas
ondas serenas ou bravias
esses homens, amante
água, porque lhes tiraram a vida
o refluxo do espírito
o roçar das rochas nas
noites escuras nubladas
somos tão poucos
aqueles que te amamos
consultando música
nuvens amores ou livros
perdidos em tantas
épocas fazendo poemas ou ciência
ou sinfonias ou filhos
e noites de paz e silêncio
ao redor de nossas
famintas – descansadas almas
só nos resta a
confidência com o próprio espectro remoendo ideias
estrelas para os outros homens que cravam suas miseráveis
perfídias
neste solo que você,
amante água, revigora apagando, repetindo teu ciclo
de naves e navegantes
delirantes em paisagens
e visagens cíclicas - o coração diluído
em teu tempo.
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