quarta-feira, 8 de maio de 2013

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Pequenas histórias 55

 
 
Dagô entrou no elevador. Ro estava no fundo, encostada à parede.
- Bom dia, Dagô – cumprimentou mecanicamente.
- Bom dia, Roneide – mecanicamente respondeu.
Morena esbelta, pele de chocolate macia, na opinião dos homens, a gostosa do departamento, incluindo Dagoberto. Roneide sabia-se provocante, cabelos escuros lisos, olhos aquosos de um brilho estonteante, um busto de Mansfield, com seus vinte e oito anos, trazia na pele a fome de desejo expandindo o aroma sexual por onde passava.
Dagoberto, apelidado pelos companheiros de Dagô, não era uma excelência em beleza masculina. Os dentes saltavam para fora numa semelhança com Jerry Lewis em O Professor Aloprado, careca, com poucos cabelos finos onde não se definia a cor, apesar dos seus trinta anos ou menos até, tinha uma pequena barriga proeminente, um andar capenga que o fazia pender para o lado esquerdo. Corria o boato maldoso que tinha casado por correspondência, pois ninguém conhecia a esposa e muito menos o filho que dizia ter. Entre os solteirões, principalmente entre as mulheres, diziam:
“Se o Dagô casou porque eu não posso casar também?”
Dagô ao entrar, cumprimentou e, para não ficar com os olhos encravados na beleza plástica de Roneide, pois sabia que não conseguiria desviá-los, se postou no meio do elevador que, para sua estupefação subia lentamente.
Nisso ouviu a voz de Roneide bafejando o hálito quente em sua nuca.
- Oi Dagô gostoso.
- Ronei... Eu gostoso?
- Me chame de Ro como todos me chamam, lindo.
- Lindo eu?
- Claro ou você não tem competência para transar com mulher?
- Tenho...
- Não vire a cabeça, não olhe para traz, assim está bom, aumenta o tesão.
Dagô não acreditava Roneide o abraçava por traz mordendo levemente a nuca, e acariciando o peito por cima da camisa esporte.
- Uhm que peito delicioso, disse Roneide deslizando a mão até o cós da calça.
- Ronei... Ro que isso, o que esta fazendo?
- Fique frio, fique frio, quero sentir essa força.... ua!!!! Menino, que delicia...!
E dizendo isso, enfiou a mão por dentro da calça de brim, a mão quente, suave, acariciou a barriga inundando os pelos de umidade, foi quando Dagoberto sentiu tocarem seu ombro.
- Da licença Jerry Lewis. Sonhando de olhos abertos é? Vem, Ro, chegamos.
Era Ricardo que gostava de chamá-lo pejorativamente de Jerry Lewis.
- Dagô, da licença. – disse Roneide roçando o peito em seu braço.
Antes do elevador se fechar, Dagoberto viu o belo sorriso sumir entre as folhas da porta inundando-o de comiseração.

pastorelli

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