segunda-feira, 3 de junho de 2013

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2 momentos


 

14:59pm

 

O silêncio dessa tarde de sábado. O brilho do sol estático contra os velhos objetos deixados na varanda, até o avanço da ferrugem parece ceder. A fumaça de meu charuto não se mistura àquela do ar. Tal condição permeia as frestas das paredes e os alvéolos, já danificados, dos meus pulmões. Há espaço e energia para uma ficção nuclear; entretanto, nada acontece. Nenhuma ideia, nenhum movimento. O gato mira seus olhos verdes fixamente de encontro aos meus. Trago lenta e profundamente do charuto, mas a fumaça expelida é a mesma. Posso apostar que será idêntica a seguinte e, assim, sucessivamente, num análogo aos goles inter-calados de vinho tinto. O vazio, essa ausência, tudo aquilo que eu não quero. Sem nada ou ninguém a importa-se, o resultado da in(ad)equação: o que me resta. A completa solidão nos sonhos de infância, sem um sopro de amor por compartilhar. Encontro comigo mesmo nos olhos do gato. Ele vira a cara. Nem sei mais se eu quero viver.

 

12:35pm

 

Ela me abraça,

pele com pele

– ficç40 nuc134r.

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