sábado, 22 de junho de 2013

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Pequenas histórias 61




Pisca num ritmo




Pisca num ritmo pi (s) cante o cursor. Pisca querendo dizer alguma coisa. Sozinho nada fará. É preciso que os dedos pressionem as teclas para que ele, o cursor, diga alguma coisa. Ele é um frustrado, e o pior, sabe disso. Queria dizer às palavras que os dedos nessa hora digitam. Ele é que devia impingir nesta tela louca suas palavras... Espere ai? Como suas palavras se ele não tem movimentação própria? Se ele é apenas uma combinação de bits e byts elevado ao zero e um, cuja combinação é que lhe dá vida?
Sem parar de piscar, o cursor se deprime, é mais um elemento a mercê de um otário digitador. Tem que obedecer a esse otário e marcar na tela o que ele, esse otário, pensa. Será que não tem uma maneira de ser auto-suficiente? Como aquele filme do Robim Willians que ele é um robô e se torna humano. Claro que ele não quer ser um humano, nem pensar. Apenas queria ter autonomia de se locomover para a direita, para a esquerda, para o centro, para os lados, para os cantos da tela e viver o que gostaria de escrever. Só isso.Bom, já tivemos robôs que dominam naves, que agem por conta própria, e por que não ter um curso azucrinando a vida por aí?

pastorelli

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