Silêncio.
A hora ou o dia pouco interessa. Jacinto chega à praia, tira a sua camisa, avança os pés descalços pela areia.
A hora ou o dia pouco interessa. Jacinto chega à praia, tira a sua camisa, avança os pés descalços pela areia.
Agora ouça ao fundo: oceano. Ele toma um gole da aguardente enquanto espera pelo momento oportuno de salgar o corpo.
Jorge imagina Jacinto que (por sua vez) o descreve com a esferográfica. É o que tem que ser. Jacinto existe e filtra o mundo através dos seus sentidos.
Ele é essa massa humana. E = m c2, segundo Einstein. E quem sou eu para duvidar dele? Quanto maior a massa, mais de Jacinto atrelado ao seu próprio mundo.
Jorge está do outro lado. Noutro plano, donde expulsa ideias imundas sobre o papel. Um punhado menor da inércia nesse sistema ligado de molas, de amortecedores. A energia se equilibrando nos pratos da balança.
E deve você saber que Jacinto fumava tranquilamente um cigarro natural ao longo de todo o último parágrafo.
Ah, o mar! Pensa Jorge. Jacinto recebe uma baforada refrescante da maresia. As ondas fluindo, energia em movimento. Jacinto leva-as diretas na cara. Até aquele ponto que chamamos de realidade.
Jacinto toma mais um gole da aguardente. E o outro se decide finalmente por um mergulho...
Sobreviveremos?
Sobreviveremos?
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