domingo, 13 de outubro de 2013

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DEDALEIRA

O vento que sopra móbiles incontáveis sobre a lagoa é o mesmo que sustenta os pássaros sob o céu, desenhando com as nuvens que são o vazio do aparente azul, paisagens passageiras.
No meio do caminho, não há pedras, há máquinas sedentas por imagens que não conseguem captar, mas insistem em atirar seus flashes que não iluminam coisa alguma.
A fonte do amor, este sentimento que ocupa os espaços existentes entre os humanos, não é algo estático. O que jorra da água que é de verdade, não sei o que é. Só sei que não pode ser nomeado.
O sol Rei-ilusório não esconde o frio, mas enfeita a parte-todo que nos cerca, na pequena cidade, espaço geográfico estranho aos meus pés que deslizam com auxilio das rodas de um ônibus, fazendo-me sentir outra forma de ser no estar.
Como aqueles que foram ao lago para um passeio a barco e voltaram com a estranheza de fixar os pés em terra firme.


Poços de Caldas, Sete de Setembro de 2013

2 comentários

Carlos Éldani Davissara

Lindo texto, amigo. Suas palavras caminham cada vez mais à dita hoje "prosa-poética". Literatura para se ouvir e pensar. Abraço!

Anônimo

Gostei! Viajei eu sua viagem.