terça-feira, 5 de novembro de 2013

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POEMA

POEMA







É isso o que somos um para o outro:

impossíveis, imprevisíveis, arrebatadores,
surpreendentes, instigantes, misteriosos,

irritantes, descartáveis e fundamentais.

Nem o (a)mar consegue nos conter.

Somos dicotomia elementar.
Coisa básica, coisa quântica, exemplo do inexplicável.

Quero a palavra que nos nomeia.

Simples assim: quero.

Sei o que sentes, mas não direi,

a palavra vem adquirindo vontade própria,

evito contato mais íntimo com ela.

Sou pagã, herege, profana,
absolutamente ateia,

mas sei mais de deus que ele de si ou dos homens.
Sei mais de amor, que os amantes shakespeareanos.
Sei mais de ti, que tua mãe, teu pai e teu ego.

E nada sei.

Não te quero confortável.

Quero beber tua agonia, tua dor e tua poesia.
Quero teu suor, tua espera e teu sangue.


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