Para os adeptos da
pesquisa rápida, uma boa definição de customização nos é dada pelo Wikipédia,
de que é “personalizar, adaptar algo de acordo com o gosto, ou
necessidade, alterar para fazer com que sirva melhor aos requisitos de alguém”...
Pensando
bem, acho que sempre tive essa aptidão, de olhar para uma mesa ou cadeira
antiga (dessas que a gente encontra na garagem, no sótão da família, ou de
amigos próximos), e enxergar ali um móvel totalmente novo, com a cor que
combinará na minha casa... Aliás, já fiz isso muitas vezes e gostei do
resultado. Ponto final. Afinal, personalidade e DNA cada um carrega o seu...
Certa
vez fui visitar uma amiga de Pomerode e vi um vaso de porcelana branca, jogado
no chão, ao lado de um galão de tinta. O vaso visivelmente estava destinado à
lixeira mais próxima e até tinha uma mancha de tinta preta, que eu enxerguei
como sendo em forma de furacão em movimento) e alguns pingos caídos em volta...
Imediatamente me chamou a atenção, porque o achei lindo, já o imaginando com o
meu toque pessoal...
“Gostou?
Pode levar. É só limpar essas manchas aí”, me disse a amiga Heike. Mal sabia
ela que foi justamente aquela “pintura” acidental do vaso, que nada mais foi do
que uma limpada do pincel por quem o utilizou, que desencadeou uma ideia em
mim: de utilizar uma tinta dourada e contornar aquele “furacão” negro,
transformando em um novo vaso, com a etiqueta “eu que fiz”.
Depois foi só
colocar flores coloridas, em tons degradê, do vermelho, passando pelo laranja
até o amarelo, e transformar em uma decoração exclusiva...
E
essa “febre” volta e meia toma conta de mim, de sair customizando coisas,
mudando a cor de móveis e utensílios, inventando moda em pequenos detalhes...
Acho
que deve ser a minha rebeldia interior com essa cultura “código de barra” em
que vivemos hoje, a ditadura que de quando em quando determina a cor e o modelo
de roupa que devemos usar, a altura e a largura das saias e das bermudas, os
tipos de tecido...
Vai
ver que é por isso que nas últimas semanas passei a andar com uma lata de tinta
em uma mão e um pincel na outra, faceira que nem criança pequena quando vê o
resultado da pintura feita na pré-escola, apenas com uma folha A4 e um potinho
de tinta guache, mas com a imaginação rumo ao infinito.
sábado, 23 de novembro de 2013
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SÔNIA PILLON - ESSA MANIA DE SAIR CUSTOMIZANDO...
autor(a): SÔNIA PILLON
Sônia Pillon é jornalista e escritora, nascida em Porto Alegre (RS) e desde 1996 radicada em Jaraguá do Sul (SC).
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