sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

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LENTILHAS - JANDIRA ZANCHI






É nascido
o rompante
amanhecido
sul e norte
ao longo
latitude
a foice e a flor
lâmina cravada
de cravos e
ventríloquos
membrana partida
aí, se aquieta,
densa e morosa
o longo cálice
do sonho
desfazendo-se
de suas partidas
na margem.

Atirado
nu
o nubente
do Anjo
cristalizou-se
de pó e fuligem
douro
na garganta
um beijo do céu


Entre a Terra
e a Fronteira
o Barco das
Louras Lentilhas
Navegando de viés
O Rio Azul

Acoplada Nau de ventos
Aflorada Esfinge de Louça
Espátula cinza e
Moura mania de ser
ao redor de si
                        Tão divagado quanto o Ser
                        é o Amor
                        Aviado de Fitas
                        e trilhado no fio
                        o Cosmo
                        Caminho da Estiagem
                        e Além...
                        Mar e Estrias do estirado
                        Infinito
 
Aqui navego a vagar vaga-lumes
da morosidade de uma rósea tarde
( o tempo já desligou-se de seu eixo).

                                               
                           Balão de Ensaio(2007)


2 comentários

Maysa

Olá!
Agradeço a visita e seu comentário!
O texto é lindo, a poesia envolve e embala! Bom passar por aqui!
Ótimo final de semana!
Beijos doces!
Maysa

Jandira Zanchi

Obrigada, Maysa, vou fazer uma visita no teu link. Beijo.