sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

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Pequenas histórias 077








Com a areia

Com a areia da raiva e com os ferros do ódio edifico minha medíocre performance na face eterna do tempo onde todos os instantes são meros artifícios de se viver.
Registro meu destino no frustrado rosto que me parece indomável em aceitar
os passos frágeis trilhando caminhos ao enfrentar a areia e os ferros.
Entre os escombros a alma se afrouxa no delírio em ser.
Nos olhos resplandece a alegria é uma orgíaca festa pobre.
Não fui convidado e por isso não percebi os acontecimentos.
Num golpe só cabeças rolaram num ritual cinematográfico
Implantado o medo, a sociedade burguesa cravou sua angustia nos homens sem destinos.
As ideias como bolinhas de vidros, quebraram janelas revelando os molambos
famintos, sedentos e porosos consumindo-se no craque infalível.
E entre eles, esperei o que achei deveria esperar.
Ou será que deixei passar e não percebi?

pastorelli

1 Comentário

Anônimo

Muito bom esse texto... escrevi algo relacionado a isso dias atrás, sobre a raiva, nada melhor do que expressa-la de forma integra para nos aliviar a alma!