Para o Antonio Adriano de Medeiros
O dia amanhece cheio de
sentimentos petrificados
Na ansiedade dos passos os quais
se registram Palavras na tentativa de quebrarem pedras de sal
Em cada esquina solitária de vidas apressadas
Emana dos gestos um pedaço de
carne sanguínea
Onde a angústia se estatela em
quadriláteros de fomeRegistrando um suicida num futuro de morte
O sabre enferrujado é abandonado
E a vassoura não varre mais o
terreiro lá de casaQue continua sujo por causa da preguiça
E a saudade se dissipa com um
trago venenoso
Na quentura de um afago retraído
no desamorDas palavras sem sentido
Assim caminham os aventureiros na
ânsia de glória
Quebrando pedras de suores
insignificantes
E todos os dias morrem milhares
de peixe envenenado
no petróleo ganancioso
pastorelli
- poema inspirado em “Um poema”,
de Antonio Adriano de Medeiros -
UM POEMA
Um cristal de ansiedade,
sentimento que quer ser pedra.
Sinto e minto
palavras de açúcar e sal.
Emana também da carne
um desejo de sermais duradouro?
- Talvez já com saudade.
Tão fugaz quanto um trago
é este afago,um toque na brasa das palavras.
E o que era pedra
se derrama em signos.
Ainda aí as palavras são,
como peixes.
Antônio Adriano de Medeiros
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