A noite chegou e a aldeia passou do burburinho habitual para um
profundo silêncio. Apenas a coruja ao longe podia ser ouvida. Da varanda era
possível apreciar a lua cheia e o céu estrelado, faiscante. Contrastavam com as lamparinas das casas.
Naquele horário, a maioria das famílias estava reunida para a última refeição
do dia, pouco antes de se recolher.
A jovem Yoko
eleva o olhar para as montanhas que circundam a aldeia Aikura, respira fundo e
sente uma sensação inexplicável de alegria. Seu coração bate mais forte e sente
seus olhos marejarem. Aquele ambiente bucólico, com suas florestas e ar puro,
proporcionavam um profundo bem-estar.
Depois de
ter ficado tantos meses na casa da tia Tomiko, finalmente ela voltou para a
casa de seus pais. Se sentia grata por isso. Nesse momento, ela une as duas
palmas, faz uma curvatura com a cabeça e entoa o mantra do agradecimento.
A união
entre os moradores da comunidade, todos lutando pelo bem comum, faziam toda a
diferença. Diferente de Tokyo, pensava ela.
-
Não me importo se aqui vou ter que continuar trabalhando na plantação de arroz. É aqui
que me sinto bem!
E foi com essa certeza que Yoko entrou na cabana
e se preparou para dormir. Precisava estar descansada para as comemorações da Sakura Matsuri, a Festa da Florada da
Cerejeira, o maior acontecimento do ano, com danças, cantos, artes marciais e o
melhor da culinária japonesa.
- Preciso escolher o Yukata, o quimono de verão! Vou usar o mais bonito de todos, com as flores de cerejeira. Vai combinar!
Não é todo dia que a gente recebe visitas por aqui. Amanhã essa aldeia vai
ficar lotada de visitantes!
Pouco antes de fechar os olhos para dormir, Yoko
ainda mantinha um sorriso nos lábios.
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