terça-feira, 2 de setembro de 2014

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VOO CURTO - JANDIRA ZANCHI



  
por enquanto só a lua ruge seu silêncio
quase modo modificado o mutante esquadro
na lírica borda da avenida

não controlo vogais ou fonemas ácidos...

esqueço do altar e as rezas de penitência
já não me lembram mais

um longo caminho de recordações cerceia passos
e sussurra brevidade nessas arcadas movediças
dos louros e despedidos campos desse novo dia

é quase insano o pranto seco e sem vento
do constante leme que – marginal – aponta
as frestas e submete as arestas
polindo os desmandos e suas entrópicas rotações

fagulhas dos minutos/segundos brilham na clara lua
que sugere proximidade/extensão de pouco volume
comprimido em latitudes/altitudes concêntricas
longas elipses auréolas de pouca massa

é aí que cantam os santos/ingênuos providos e amados
de seus pecadores escolhidos
todos fruídos em lento cardume na nave
catedral dos que, enfim, tremeram temeram
transportado  no voo curto o infinito da liberdade.

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