sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

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O tempo das ostras

                             Para Sérgio Blank

                             A suprema arte é a raiz dos ausentes
  
                                                                   

E se as mãos fechadas
tiverem o dom de deflorar os sentidos?

E o germe alijado no assombro
― a palavra ―
erguida pelo morno vento
tomar assento nas almofadas dos sonhos?

E se o manto do tempo
revestir a ilha
revestir o homem
com o nácar do descontentamento?

E a forma tosca
― antes sem sentido ―
se expandir esférica
e romper a boca

ofertando a pérola ?

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