sábado, 14 de março de 2015

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FECHADO PARA BALANÇO



1
Aquelas tantas luzinhas que enxergamos ao apertar os olhos com força. Foi nessa hora que te vi dourada e escorregadia, pelo menos assim você me parecia deslizando pelo túnel das córneas, sorrindo e vertendo mel. Estamos os dois a passos muito largos para sabe Deus, em vias de virar xepa de estranha feira, tiozão e tiazinha alçando o gozo das cinzas. O tempo parece que cisma de desnortear ponteiros. Agora, só reencarnando.



2
Parem as máquinas que eu quero o viço dos azuis multipiscinas, bolo-mármore perfumando meus quintais, a ânsia de escalar painas - os anos verdes, enfim. Esconde-esconde de nada que me subtraia esses dias: respondo em todas as instâncias pela vida em que me meti. Dispenso os atenuantes por todo o errado que fiz, do que podia e não foi, esses dilemas de antanho. Um zero de serventia. Não tiro meu corpo fora: zona de conforto é puteiro com colchão d'água.



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