domingo, 18 de outubro de 2015

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ESSE TAO EU


A cem metros sou só um ponto. Da estratosfera não me distingo da poeira ou do mar.
Pé no chão, antena de vaidade, ideias no ar: canal da perturbação, olho na lente, bem rente, foco que limita a visão.
Como meu xará, também não sou nada, nadar para quê? Sou parte da correnteza, não é preciso lutar, apenas integrar o movimento e me deixar levar por todos os lados, dentro de tudo do que sou parte.

Despedaço o antes que se foi e é agora, atracado à rocha, sou água, areia e pedra, perda e transformação: gasoso, líquido e sólido. Estado, estive à sua procura, não sabia que estar sem ser era senti-lo profundamente, como um bebê: Sorriso completo sem sombra de dente.

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