sábado, 26 de dezembro de 2015

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VITRAIS - JANDIRA ZANCHI

Ilustração: O segundo sopro/ balé guaíra


estreito em cada vigésimo vaga-lume o rodar do eixo
alongado em  aliens de muito fado
danças de sombras vorazes  esculpidas ao chamado da lua
                amortizadas em freqüentes embalos embotados
aborrecidas e esfuziantes do mestiço da sina
sua corpórea manifestação esculpida de vagares
e vestígios e vulgares e vomitados vinténs....

incorporo minhas águas (ainda tão frescas como o beijo da lua)
em levitados leviatãs  esculpidos ao fácil fascínio do amor

essas sementes cedidas no rumor das nascentes
aos fabios fabianos fornecidos de som e fúria
e quietude e marcha e amplitude
quase uma catedral de vitrais espelhados
na virgem vertigem dessas partículas acordes

avançadas em bemóis de besuntadas febres

adormecidas ao longo das pequenas chamas da noite
que se movimentam cá e lá de muita andaluzias

faróis famintos quase distantes disparados
no supremo sal de teus olhos.

2 comentários

Pedro Du Bois

Parabéns, Jandira, pelo tema e desenvolvimento. Literalmente poesia. Abraços.

Jandira Zanchi

Obrigada, Pedro, se você reconhece como boa poesia também vou acreditar que sim, abraço.