terça-feira, 12 de janeiro de 2016

0

NEGRITO – JANDIRA ZANCHI





cruzo na encruzilhada todas as chaves vãs

aparelhos arruinados de santas mediações 

marca passos dos dias em negrito 
esbranquiçados
confiantes da sina e da mediana sede nessas águas
              vermelhas
agridoces avolumadas pela estéril planície
que por aqui se instala, sem santos heróis ou campeões,
só planificada em linha contínua
estreita corda de alguns passantes gélidos
glorificados em suas vestes de permanente domingo
nos templos shoppings salões sacristias

(missas sem ofertório a cada dia nesse altar que se imola
alvejado de imagens sacrílegas  e estilizado
de componentes hidro espaciais)

cúmplice, essa sina de vãos semáforos, da idealidade
indecisa indigesta indeferida
da morte e suas amarras e suas libertas (despudoradas)
amenidades – caminho por entre vagalumes
vestida, ainda, da indecisão do dia.


Seja o primeiro a comentar: