sábado, 6 de agosto de 2016

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Pequenas histórias 235

O que dizer


O que dizer no vazio
De você?

Não sei o que dizer
Tudo é pastiche
Daquilo que eu queria ter
Daquilo que eu queria ser
Ser algo e não ser nada
E nada no tudo que eu seria
E tudo no nada que quero ser

Onde andará o que eu era?
Onde andará o que eu fui?
Onde andará o que serei?
Onde andará o que será?

Passos
Enigmas
Derradeiros
Momentos
Decisão

Confrontos
Conflitos
Que desarma
Enrubesce a face

Procuro o amor total nas esquinas os mistérios para serem decifradas em cada passo que por essa vida são dados desviando-se dos buracos abismos de carne humana apodrecida por séculos e séculos de crueldade só porque um revolucionário foi pregado a cruz devo colher em meu interior o dilema nosso de cada dia passivamente sem reclamar

Cada um deve caminhar a sua estrada
A estrada de pedras pontiagudas
Pisando pedregulhos que moldam o contorno dos pés
Não tenho razão de viver o perigo
Mas tenho que percorrê-lo intensamente
Para eliminar pecados involuntários
Pecados mal vistos criados passageiramente
Nos delírios da carne sufocada pela timidez

Me solto das amarras
E me jogo no espaço
Do teu corpo arrepiado
Que me acolhe
Ama-me
E depois
Joga fora
Como um lixo qualquer

Foda-se tua necessidade sexual
Foda a minha necessidade animal
Sou irracional
Assim como você é passional

Abra a perna e cala a boca, merda


pastorelli

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