segunda-feira, 17 de outubro de 2016

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Pequenas histórias 247

Bateu o telefone.


Bateu o telefone com certa violência que ele até se assustou.  Mudo o aparelho preto sem as linhas modernas que imperava hoje em dia, não lhe deu explicação por sua atitude rude. Ele tinha o lugar para ficar, mas para que se preocupar com lugares se os lugares por onde passava nada lhe dizia de importante.
Ao bater o telefone notou que um raio pálido de sol fulgurava por entre as nuvens brancas. Hoje o dia será de temperatura agradável, foi o que ouviu da meteorologia. Poderia confiar na meteorologia? Bom, uns dois dias até que foi razoável a previsão.
Abriu a porta. Garoava. O vento gélido entrou por sua carne amortecendo a pouca alegria em ter o sol iluminando-o. Recuou. Fechou a porta. Faltava meia hora. Foi até o quarto e trocou a jaqueta jeans pela jaqueta de couro. Ao toque da jaqueta na pele a quentura o envolveu amortecendo o frio.  
Ouviu um murmúrio. Era a mulher resmungando. Queria dormir a preguiçosa. Lançou um olhar mortal de desprezo. Pouco se lhe dava o que ela queria ou não. Apagou a luz. Fechou a porta do quarto demonstrando a raiva explodindo por baixo das veias intumescidas pelo sangue.
Que coisa! – disse para sim. Que coisa! Todos ouviram a explosão do sangue esparramando pela humanidade. Só ele não ouviu. Por isso foi difícil encontrá-lo. Então a pergunta se fez concreta. Quem o encontraria? Amigo não tinha além dos amigos separados no tempo decorrido de suas vidas. Amores? Tivera o suficiente para azucrinar a cabeça.
Na independência dos passos agia conforme a calçada do sentimento.


pastorelli

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