Bateu o telefone.
Bateu o telefone com certa violência que ele até se assustou. Mudo o aparelho preto sem as linhas modernas que imperava hoje em dia, não lhe deu explicação por sua atitude rude. Ele tinha o lugar para ficar, mas para que se preocupar com lugares se os lugares por onde passava nada lhe dizia de importante.
Ao bater o telefone notou que um raio pálido
de sol fulgurava por entre as nuvens brancas. Hoje o dia será de temperatura
agradável, foi o que ouviu da meteorologia. Poderia confiar na meteorologia?
Bom, uns dois dias até que foi razoável a previsão.
Abriu a porta. Garoava. O vento gélido entrou
por sua carne amortecendo a pouca alegria em ter o sol iluminando-o. Recuou.
Fechou a porta. Faltava meia hora. Foi até o quarto e trocou a jaqueta jeans
pela jaqueta de couro. Ao toque da jaqueta na pele a quentura o envolveu
amortecendo o frio.
Ouviu um murmúrio. Era a mulher resmungando.
Queria dormir a preguiçosa. Lançou um olhar mortal de desprezo. Pouco se lhe
dava o que ela queria ou não. Apagou a luz. Fechou a porta do quarto
demonstrando a raiva explodindo por baixo das veias intumescidas pelo sangue.
Que coisa! – disse para sim. Que coisa! Todos
ouviram a explosão do sangue esparramando pela humanidade. Só ele não ouviu.
Por isso foi difícil encontrá-lo. Então a pergunta se fez concreta. Quem o
encontraria? Amigo não tinha além dos amigos separados no tempo decorrido de
suas vidas. Amores? Tivera o suficiente para azucrinar a cabeça.
Na independência dos passos agia conforme a
calçada do sentimento.
pastorelli
pastorelli
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