É hora de refletir sobre os tons das
impressões que temos e que podem melhorar o nosso viver. É difícil falar sobre
impressões, pois elas são tantas, umas positivas e outras não. Criamos meios
para com elas concretizarmos nossas aspirações e traçar os projetos de vida. É
importante saber respeitar o tom que cada impressão causa em nós. Nas palavras
de Ivaldino Tasca, “Sentimentos,
vivências, experiências, relações não são facilmente compreendidos, assimilados
e verbalizados quando mergulhados na infinitude de tons com que batem,
desdobram-se e rebatem os nem sempre ponderáveis componentes da essência do
ser”
A impressão que fica das leituras é
que me inspira no amparar as mudanças; recarregar as energias e repensar como
lidar com o sonho que se tornará realidade. Por
exemplo, o poema de Tanussi Cardoso, “Plástico,
Matéria Plástica”, causa a impressão de comoção, com a voz tímida (imersa
em silêncio) e ao mesmo tempo tocante, serena e profunda: “na página do livro / a letra da minha irmã/ viveu mais do que ela // -
traços mais que um corpo // vive a letra a escrita e a palavra / - onde a alma
a pele o rosto?// Mais viva que a morte / osso nu / desconstrução do gosto / a
memória da morta / insiste / existe / na letra na palavra / na poesia do
livro”.
Tanussi busca, no mistério da
saudade e da morte, o reencontro com a irmã através da palavra. Aprofunda-se na
melhor poesia, ao traduzir o sentimento como fogo em chama. Mostra o essencial
como força da imagem transposta no tempo como contraste entre a percepção e a
expressão, causando a impressão que beira ao real.
Ele, ao descrever a hora ante a
saudade absorta com a ausência, revela o sonho em cada palavra e a impressão perpetua
no espaço como eco a expandir a linguagem, como é o poema, retrato das suas
sensações.
Ao ler estou ligada aos sentidos,
que o poema afeito ao argumento é irrefutável impressão como influência;
afinidade com vínculos sentimentais, um pouco mais ou menos e, por vezes, na
medida certa. Há o meu olhar que precede a reflexão no foco do poema em que
embarco na sensação de novas possibilidades de leitura: a força da poesia de
Tanussi, como experiência e perspectiva, que se revela em arte, onde a impressão
se apossa e se transforma no tom desejado.
Segundo as impressões de Thomaz
Albornoz Neves, “Recorda e terás
esquecido / nada ocorre por acaso / não há destino escrito” e, José Eduardo
Degrazia, “O poema entrou em mim // como
se / derrubasse a porta / de uma casa //... e caísse sobre o peito / de um
homem”.
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