sexta-feira, 24 de maio de 2019

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ENTREVISTA COM WESLEY MARTINES SOBRE O PROJETO O VERSO




No dia 01 de Setembro de 2018, nós do Zoomleste, estivemos na na casa de cultura do Itaim Paulista, para registrarmos a primeira apresentação do projeto musical O Verso, que tem como núcleo Wesley Martines e Edson Spitaleti. Confiram o nosso bate-papo em forma de entrevista com Wesley.


Zoom Leste:Wesley, por que ao se referir ao O Verso, os membros chamam de projeto e não de banda?

Wesley: É estranho chamar de banda, a ideia inicial era ser uma dupla que tocaria com diferentes músicos em cada ensaio ou show, mas aos poucos as pessoas foram chegando e se interessando pelo formato do projeto e se sentem a vontade em participar de forma efetiva, contribuem com músicas e tempo como o Paulinho e o Evair, o Rubem além de produzir tocou baixo nos dois únicos shows da banda, o André ensaia de vez em quando, o Henrique está ultimamente no baixo e o Júnior na bateria, na verdade o legal é fazer som com as pessoas que se interessarem pelas músicas, então se você que está lendo toca percussão, trompete, gaita ou qualquer outro instrumento e queira se juntar para próximas gravações entre em contato.



ZL: Qual foi a fagulha inicial deste projeto?

Wesley: Tudo começou pela insistência dos amigos que pediam para eu continuar com a música após o término das atividades da minha antiga banda Elevadores, eu não estava mais interessado em fazer som, já estava focado em outras coisas, graças ao Edson, Paulinho, Rafael e André, que foram os que mais me incentivaram a não parar.



ZL: Há uma diversidade na estética musical nas composições do O Verso, como conceber por meio disso unidade e não dispersão dentro da obra de vocês?


Wesley: Essa parte estética musical é mais obra do Edson (Spitz) eu apresento a letra e ele dá as ideias de ritmo, por exemplo, temos uma música com pegada surf music, outra mais puxada para o blues, até uma tentativa de ska já fizemos. O Verso é  isso: essa vontade de tocar alguns ritmos diferentes, tentar coisas novas e tentar manter uma certa “marca” nossa para as músicas não ficarem tão destoantes a ponto de não se parecerem mais com O Verso.


ZL: Desde Os Elevadores, as suas letras conseguem extrair do cotidiano paulistano profundidade na relação à dois. Você é estudante de Letras, quais são os autores que te influenciam na construção das letras que compõe?

Wesley: Eu escrevo músicas desde os quinze anos de idade ou antes disso, pra ser sincero não me interesso tanto por autores de livros apesar de fazer letras li apenas os livros obrigatórios da faculdade, pois eram obrigatórios, sempre me influenciei por outros artistas da música nacional e internacional, acho que a literatura não influenciou em nada meu trabalho, gostaria de ser um leitor assíduo daqueles que compra vários livros e fala de vários autores, eu gosto dos livros do George Orwell, li algumas obras dele também, inclusive uma versão em inglês, mas só fiquei nisso, infelizmente, confesso que devia me interessar mais pela leitura.




ZL: A história da música popular recente aglotina bandas de um determinado lugar, formando assim os movimentos, fois assim em Seatlle com o grunge, em Recife, de maneira pensada com o Manguebeat. Há uma efervescência musical no Itaim Paulista, do punk rock dos Velhos Bohemios, Punkia e Pé sujos, ao noise do Mutex e o caldeirão de vocês. Existe um movimento de bandas no bairro?

Wesley: Sim, sempre existiu e acho que antes tinha mais do que hoje, infelizmente as bandas vão acabando, mas sempre tem a nova safra que não deixa a música parar por aqui, tem muita banda boa e são bandas que tem preocupação em fazer um ótimo trabalho para deixarem sua marca na história do bairro, acho que o Itaim é um bairro bem alternativo em relação ao som. Aqui tem banda de vários estilos do MPB ao Trap Estamos todos trabalhando.


ZL: As duas únicas apresetações do O Verso foram em tributos ao Rafael, dos Velhos Bohemios. Ele participa do primeiro vídeoclipe de vocês, na canção “Sexta”, ao vivo tivemos a impressão de que a canção foi ressignificada, de uma canção de amor, para uma canção de saudade, principalmente nos versos “Faz calor aqui/ Seria bom ter algo pra beber/ Em sua companhia.”. Vocês sentem isso ao executar a obra?

Wesley: Essa música eu escrevi para minha esposa, ela até fez uma tatuagem com o título da música, hoje é difícil cantar alguns versos dessa música e não lembrar do Rafael, que era meu melhor amigo, graças a Deus ele pôde nos presentear com sua performance no clipe antes de partir, essa música é bem especial para todos nós.



 ZL: No começo parece que as composições partiam das sua letras e ganhavam as melodias do Edson Spitaletti, nos dois últimos singles que vocês lançaram são duas composições do Paulo Roberto. Como funciona o processo de composição de vocês?


Wesley: O Paulinho apresentou várias músicas dele e achou interessante agregar ao projeto, escolhemos três músicas dele pra trabalhar e gravar, ainda vamos lançar mais um som dele nos próximos meses.
Sobre o processo de composição não tem segredo, eu apresento a letra e a melodia, gravo e mando para o Edson que faz a melodia no violão depois a gente passa para a galera e cada músico vai colaborando e dando forma ao som.


 ZL: O Edson é o cara que dá  forma visual às músicas não só de vocês como de outras bandas do Itaim Paulista, por meio do Cinemasub. Qual a importância dele no que rola de música pelo bairro?

Wesley: Acho que o cinemasub é de extrema importância para os músicos do bairro, o Edson produz clipes para as bandas que muitas vezes não teriam como fazer, sabemos que trabalho áudio visual é caro e as bandas do bairro, dificilmente teriam como arcar com os custos, ele já produziu vários clipes para minha antiga banda, para outras bandas do bairro que ele acredita, inclusive os vídeos do Verso.

ZL: Obrigado pela oportunidade ao diálogo, Wesley. Onde as pessoas podem encontrar a música do O Verso e quais serão os próximos passos de vocês neste ano?

Wesley: Esse ano pretendemos fazer algum show e vamos lançar mais músicas no YouTube e Spotify.
Nossas músicas são facilmente encontradas no YouTube, no Spotify temos Instagram  @oversomusic, no Facebook também.
Obrigado, Zoomleste pela oportunidade de falar sobre o Verso.







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