No dia
01 de Setembro de 2018, nós do Zoomleste, estivemos na na casa de cultura do
Itaim Paulista, para registrarmos a primeira apresentação do projeto musical O
Verso, que tem como núcleo Wesley Martines e Edson Spitaleti. Confiram o nosso
bate-papo em forma de entrevista com Wesley.
Zoom Leste:Wesley, por que ao se
referir ao O Verso, os membros chamam de projeto e não de banda?
Wesley:
É estranho chamar de banda, a ideia inicial era ser uma dupla que tocaria com
diferentes músicos em cada ensaio ou show, mas aos poucos as pessoas foram chegando
e se interessando pelo formato do projeto e se sentem a vontade em participar
de forma efetiva, contribuem com músicas e tempo como o Paulinho e o Evair, o Rubem
além de produzir tocou baixo nos dois únicos shows da banda, o André ensaia de
vez em quando, o Henrique está ultimamente no baixo e o Júnior na bateria, na
verdade o legal é fazer som com as pessoas que se interessarem pelas músicas,
então se você que está lendo toca percussão, trompete, gaita ou qualquer outro
instrumento e queira se juntar para próximas gravações entre em contato.
ZL: Qual foi a fagulha inicial deste
projeto?
Wesley:
Tudo começou pela insistência dos amigos que pediam para eu continuar com a
música após o término das atividades da minha antiga banda Elevadores, eu não
estava mais interessado em fazer som, já estava focado em outras coisas, graças
ao Edson, Paulinho, Rafael e André, que foram os que mais me incentivaram a não
parar.
ZL: Há uma diversidade na estética
musical nas composições do O Verso, como conceber por meio disso unidade e não
dispersão dentro da obra de vocês?
Wesley:
Essa parte estética musical é mais obra do Edson (Spitz) eu apresento a letra e
ele dá as ideias de ritmo, por exemplo, temos uma música com pegada surf music,
outra mais puxada para o blues, até uma tentativa de ska já fizemos. O Verso é isso: essa vontade de tocar alguns ritmos
diferentes, tentar coisas novas e tentar manter uma certa “marca” nossa para as
músicas não ficarem tão destoantes a ponto de não se parecerem mais com O
Verso.
ZL: Desde Os Elevadores, as suas
letras conseguem extrair do cotidiano paulistano profundidade na relação à
dois. Você é estudante de Letras, quais são os autores que te influenciam na
construção das letras que compõe?
Wesley:
Eu escrevo músicas desde os quinze anos de idade ou antes disso, pra ser sincero
não me interesso tanto por autores de livros apesar de fazer letras li apenas
os livros obrigatórios da faculdade, pois eram obrigatórios, sempre me
influenciei por outros artistas da música nacional e internacional, acho que a
literatura não influenciou em nada meu trabalho, gostaria de ser um leitor
assíduo daqueles que compra vários livros e fala de vários autores, eu gosto
dos livros do George Orwell, li algumas obras dele também, inclusive uma versão
em inglês, mas só fiquei nisso, infelizmente, confesso que devia me interessar
mais pela leitura.
ZL: A história da música popular
recente aglotina bandas de um determinado lugar, formando assim os movimentos,
fois assim em Seatlle com o grunge, em Recife, de maneira pensada com o Manguebeat.
Há uma efervescência musical no Itaim Paulista, do punk rock dos Velhos
Bohemios, Punkia e Pé sujos, ao noise do Mutex e o caldeirão de vocês. Existe
um movimento de bandas no bairro?
Wesley:
Sim, sempre existiu e acho que antes tinha mais do que hoje, infelizmente as
bandas vão acabando, mas sempre tem a nova safra que não deixa a música parar
por aqui, tem muita banda boa e são bandas que tem preocupação em fazer um
ótimo trabalho para deixarem sua marca na história do bairro, acho que o Itaim
é um bairro bem alternativo em relação ao som. Aqui tem banda de vários estilos
do MPB ao Trap Estamos todos trabalhando.
ZL: As duas únicas apresetações do O Verso
foram em tributos ao Rafael, dos Velhos Bohemios. Ele participa do primeiro
vídeoclipe de vocês, na canção “Sexta”, ao vivo tivemos a impressão de que a
canção foi ressignificada, de uma canção de amor, para uma canção de saudade,
principalmente nos versos “Faz calor aqui/ Seria bom ter algo pra beber/ Em sua
companhia.”. Vocês sentem isso ao executar a obra?
Wesley:
Essa música eu escrevi para minha esposa, ela até fez uma tatuagem com o título
da música, hoje é difícil cantar alguns versos dessa música e não lembrar do
Rafael, que era meu melhor amigo, graças a Deus ele pôde nos presentear com sua
performance no clipe antes de partir, essa música é bem especial para todos nós.
ZL: No começo parece que as composições
partiam das sua letras e ganhavam as melodias do Edson Spitaletti, nos dois
últimos singles que vocês lançaram são duas composições do Paulo Roberto. Como
funciona o processo de composição de vocês?
Wesley:
O Paulinho apresentou várias músicas dele e achou interessante agregar ao
projeto, escolhemos três músicas dele pra trabalhar e gravar, ainda vamos
lançar mais um som dele nos próximos meses.
Sobre
o processo de composição não tem segredo, eu apresento a letra e a melodia,
gravo e mando para o Edson que faz a melodia no violão depois a gente passa
para a galera e cada músico vai colaborando e dando forma ao som.
ZL: O Edson é o cara que dá forma visual às músicas não só de vocês como
de outras bandas do Itaim Paulista, por meio do Cinemasub. Qual a importância
dele no que rola de música pelo bairro?
Wesley:
Acho que o cinemasub é de extrema importância para os músicos do bairro, o
Edson produz clipes para as bandas que muitas vezes não teriam como fazer, sabemos
que trabalho áudio visual é caro e as bandas do bairro, dificilmente teriam
como arcar com os custos, ele já produziu vários clipes para minha antiga banda,
para outras bandas do bairro que ele acredita, inclusive os vídeos do Verso.
ZL: Obrigado pela oportunidade ao
diálogo, Wesley. Onde as pessoas podem encontrar a música do O Verso e quais
serão os próximos passos de vocês neste ano?
Wesley:
Esse ano pretendemos fazer algum show e vamos lançar mais músicas no YouTube e
Spotify.
Nossas
músicas são facilmente encontradas no YouTube, no Spotify temos Instagram @oversomusic, no Facebook também.
Obrigado,
Zoomleste pela oportunidade de falar sobre o Verso.
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