Todo
jogo de interesses é cruel, quando se trata da concorrência que envolve a
sobrevivência. Sei que quem constrói uma sociedade melhor somos nós que a
compomos. Aqui, o jogo de interesses é o movimento das palavras que se
encontram e se entrecruzam nos pensamentos (de J.W.Solha e Pedro Du Bois). Justamente,
poetas que constroem na literatura a função e a capacidade de ler o outro, na
aliança irrestrita dos valores e questões afetivas e renovadoras.
Portanto,
na literatura, lançamentos de livros se estendem em trabalhos conjuntos, que
podem representar o jogo de interesses: valores não são mais discursos, mas, referências
de cada poeta, que se refletem em suas escritas.
Poetas
conVersam entre si e, às vezes, se inspiram com as leituras ao se expandirem na
ideia do jogo de interesses. É irresistível assumir a recriação como ideia que
vai além, estimulando princípios de interesses comuns.
Neste
jogo de interesses desvelo J.W.Solha que, olhando em volta, leu o livro Tânia, de Pedro Du Bois e, por conta
própria, em exercício da criatividade e de conhecimento literário, com
consciência crítica, colocou no papel o desafio dos poemas de Du Bois, ao
perceber que deles podia extrair outro poema: “Pedro, Tânia, Acabo de ler a bela série de
poemas criada pelo amor entre vocês. Do total de versos grifados me resultou um
dos mais altos cantos de um homem a uma mulher: Trazes no corpo / Emoldurado
espírito. / Trazes no íntimo a luz / E a chama./ Iluminas e queimas
trajetórias: levas / O incêndio ao clarão da rua. Agitas / O silêncio. / Ao
passado concedes / A tentativa de ser permanência./ Sabes sair / E chegar:
ouvir e escutar / E falar. / Transtornas / A irrealidade / Em fato consumado. /
Sabes./ Sabes discernir o certo e o escuro./ Determinada em acontecimentos Não
diriges a obra. Deixas que seja / Construída ao sabor / Do vento / No relento./
Consomes o interesse / E o frio, / És a improbabilidade / Da ausência, / E o
esforço / Desconcerta o alvoroço/Com que te quero./O tom te eleva/E o horizonte
/ Recoloca palavras / Em tua boca. / Trazes a filha / Que traz as filhas./ Na
totalidade em que te divides / Demonstras o azul e o verde / O céu e o mar / A
água./ És o todo / O pouco / A parte. / És partida / E a permanência grita teu
nome”.
Uma vez que no caminho consegue transformar as palavras, como
agora, fica fácil entender que a diferença e a empatia do escritor é atitude no
perceber as intenções da convivência, mostrando a importância do conhecimento
ao se preocupar em multiplicar e expandir a literatura como jogo de interesses na
cultura.
Seja o primeiro a comentar:
Postar um comentário