a carne jaz inerte
nada a define ou anima
excedido o sentido possível da letra que a significa
resta a complexidade a ferver no sangue
o mar não refresca a intensidade de uma palavra nômade em ebulição
na mata
à noite
tudo sossega
menos o rumor do rio
nele
a secura busca espaço
e a água doce molha a garganta
os lábios já se cansaram de esmiuçar o desejo das raízes
o olhar em compasso pouco curioso nada viu
mas
as mãos crentes
não cessam de embalar preces.
sonia regina
25022011
25022011
1 Comentário
"...os lábios já se cansaram de esmiuçar o desejo das raízes
o olhar em compasso pouco curioso nada viu..."
Provavelmente, Soreg, os lábios se machucam na terra que envolve as raízes... é preciso muita coragem para cavar com os lábios.
Creio que as pessoas - e são muitas - preferem ferir a terra com as palavras que funcionam como uma substancia nociva em todo um ecosistema, poetico ou não.
Beijo
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