segunda-feira, 28 de março de 2011

2

ain soph



(trabalho de joe andoe, "candle", 1993)


3.

binah

não posso escapar ao infinito,
bem o sei, e renunciar ao verbo.

a palavra entendimento, o signo
do logos através do qual a existência
foi pensada antes de mim. todo o
poder majestático dos anjos é um
poder de síntese: o universo está todo
lá, sem arquétipos, a verdade do amar
e ser amado.

a palavra encantamento. não
posso renunciar à palavra sem abandonar
a divindade.

jorge vicente

2 comentários

tecas

Querido Jorge, adoro toda a tua poesia. Mas quando escreves poemas em que conta a palavra Universo, fico encantada. Como é este caso do teu poema «Binah»
« o universo está todo
lá, sem arquétipos, a verdade do amar
e ser amado.»
Excelente! Aplauso!!!
Bjito amigo.

jorge vicente

Sim.

O Universo está todo na figura dos Anjos e fico a pensar: será que essas figuras, angelicais e de luz, não serão mais viscerais do que aquilo que pensamos, numa visceralidade mais antiga que os arquétipos?

Provavelmente, é por essa visceralidade que acho que todos os seres da criação são anjos, seres de protecção, infinitos e que o corpo deles, mesmo físico, é um corpo de eleição.

Muitos beijinhos
Jorge