quinta-feira, 17 de março de 2011

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A JANELA DOS VENTOS - JANDIRA ZANCHI

 
 
talvez apenas sorrir...
abrir, de par em par,
a janela dos ventos
tão sólidas e quentes
mato alto correndo

em suas ondulações
assovios de saudades
saciadas rememoradas

criamos umas arestas
criaturas de pontes
alargadas sombras
nesses poentes

...... era outro o chamado
diversa a apreensão
        mas.......
amanheceu um rastro
sangue colorido
em tintas pregadas
retintas de dor

diverso controverso
parece que não nos segue o coração
é montado em facetas soníferas
alegres e benditas e
   
despeço-me ou esfumaço-me
ou escorro-me nas fímbrias
fibrosas enganosas e
recordações....

 ao deus poente chegamos
indefesos devassados

aos filósofos dobramos
a religião
             convicção
do rebatido limite
das sensações

condição humana
impiedosa
afogada de contradição
a benção é o esquecimento

      vento
       vento
        vento
         vento.....

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