enquanto dormes serve-me a escrita
para arquitectar locais espantosos.
entro na escuridão do texto despida
de notícias objectivas da realidade,
organizo aleatoriamente as palavras
e vou ao teu encontro levando-as
penso uma estrutura que as realce
com significados transcendendo a lógica
somente extrativista dos signos da alma.
acordas. com exatidão e justeza falas
correctamente do cunho migratório
e cosmopolita da criação artística
tua ideia de pertença a um lugar pode
coexistir com a minha inércia face ao
grande sono. convidas-me a olhar para
lá de mim, a erguer-me e caminhar contigo.
abandono a permanência na opacidade
que se origina na reflexão que vacila e vou.
caterina de athayde (sonia regina)
06.04.2011
2 comentários
Seguir é uma atitude que nem sempre nos é opcional. Dentro de nós sempre existe um EU que nos desafia.
Belo texto!
Um abraço.
Querida Sônia, estamos sempre abertos ao novo e ao desconhecido. Seu poema é como "folhas ao vento".
Beijos, Tânia.
Postar um comentário