Sentado no frio
banquinho
Sentado no frio banquinho de um bar na augusta, rua que, outrora era o point do chiquérrimo, observava o movimento tresloucado dos que vão e vem fustigado pela garoa intensa que caia.
Havia nostalgia estampada nos gestos das
pessoas como se fosse a sua própria nostalgia. Transpunha-se em cada ser que
passava desfigurando o eu abstrato queimando a pele.
Não queria estar onde estava, queria ser uma
daquelas pessoas onde cada uma, com suas preocupações, pareciam ser melhor que
ele. Não conseguia reagir, sair da monotonia desfigurada na acidez das palavras
ditas e não ditas.
Colhia sim, colhia toda a alteração do
movimento dos outros sem compreender que eles não sentissem o seu movimento
prejudicado pelo que sentia.
Foi então que tomou a decisão mais certa da
vida.
Levantou-se rapidamente.
E aproveitando o ônibus que descia a rua se
jogou em baixo do veículo sentindo prazer no momento em que as rodas passaram
por cima do seu corpo.
Quando o retiraram debaixo das rodas, disseram
que ele estava excitado, com o pênis ereto e que tinha ejaculado.
E o garçom na beira da calçada, apavorado
dizia:
- Ele não pagou as cinco caipirinhas que tomou.
pastorelli

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