[pela passagem do dia do livro, 19.03]
por Tânia Du Bois
“De quantas verdades se faz uma mentira?”
(José E. Agualusa)
“Mentiu o compromisso / de trazer a luz da manhã / presente no movimento / e no descompromisso / em que a natureza / produz seus fatos... não mentiu o sonho / de transfiguração do corpo / e nele a luz / permanece inconstante”. (Pedro Du Bois)
Pedro Du Bois é escritor reconhecido pela sua inventividade. O seu livro, Verdades e Mentiras, é baseado nas facetas da falsidade, onde revela a sinceridade e a insinceridade, desencadeando um jogo onde a mentira mostra que a situação se torna grave se a máscara sobre o rosto for encoberta de recordações vividas – “... mente para si / ao acaso do encontro / acasalado casal / acometido do sexo / limpo e fora de casa esclarece / seus desejos e como gostaria / de encontrar a amante / sobre a cama.”
Nesse jogo de mostra e esconde, finge dizer a verdade, mostrando algo para esconder outras coisas, refere-se ao ato de produzir uma falsa aparência e esconde os mistérios dos mascarados sem máscaras.
Nada além de literatura, uma construção baseada no discurso e através do que inventa provas de existência, como: o bem e o mal; a complexidade da verdade e da mentira.
Roberto Pompeu Toledo, pergunta: “Que é a verdade? Que é a mentira? A mentira é um discurso que começa invocando a verdade a sustentar-se numa mentira”.
Gosto do jogo proposto por Pedro porque é a revelação de um modo ilusionista. Onde o encoberto, perdido em dúvidas e obscuridades, tem um lado visível e o outro imobilizado pela ilegitimidade, e os iluminados cunham a ilusão e a impostura com mitos e contrários sentidos. Como acreditam os autores de Martins ao Cubo: “O poeta não mente só diz o que sente.”
Noel Rosa já cantava: “Prá que mentir / se tu ainda não tens / esse dom / de saber iludir?/ Prá que?”. E encontro em Vinícius de Moraes: “...Amar sem mentir / nem sofrer / existiria a verdade / verdade que ninguém vê”.
Imagem: Clotilde de Grave e Didier Chaudanson
Nada além de literatura, uma construção baseada no discurso e através do que inventa provas de existência, como: o bem e o mal; a complexidade da verdade e da mentira.
Roberto Pompeu Toledo, pergunta: “Que é a verdade? Que é a mentira? A mentira é um discurso que começa invocando a verdade a sustentar-se numa mentira”.
Gosto do jogo proposto por Pedro porque é a revelação de um modo ilusionista. Onde o encoberto, perdido em dúvidas e obscuridades, tem um lado visível e o outro imobilizado pela ilegitimidade, e os iluminados cunham a ilusão e a impostura com mitos e contrários sentidos. Como acreditam os autores de Martins ao Cubo: “O poeta não mente só diz o que sente.”
Noel Rosa já cantava: “Prá que mentir / se tu ainda não tens / esse dom / de saber iludir?/ Prá que?”. E encontro em Vinícius de Moraes: “...Amar sem mentir / nem sofrer / existiria a verdade / verdade que ninguém vê”.
Imagem: Clotilde de Grave e Didier Chaudanson
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