Misteriosa raiz
Não há morte que não dedilhe
nesta pedra
de seco arbusto (1)
As sementes que forjam a vida
dum trevo de quatro folhas
que expande a casta na terra áspera. (2)
É verde esta secura, como é verde
a raiz duma planta que secou. (3)
Se a terra, às vezes, brota a flor, que não inspira,
a teatral camélia, a branca enfastiada. (4)
Floriram por engano as rosas bravas
No Inverno: veio o vento desfolhá-las... (5)
na corrente do riacho
vão as folhas secas. (6)
(1) - José Emílio-Nelson
(2) - Fernando Oliveira
(3) - Albano Martins
(4) - Gomes Leal
(5) - Camilo Pessanha
(6) - José Felix
- Imagem de Thomas Endelein
1 Comentário
O Fernando tem a maestria de (re)compor, com total felicidade, o que (em si) já era lindo. Parabéns, como sempre. Abraços, Pedro.
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