entre o avanço e o recuo sou eu
um corpo abafado pelo orgulho.
meio surda, medro como uma planta.
minha voz cresce sem consentimento
tateio o calcáreo, paixão que me obsedia.
fujo do sangue, não escuto a carne
e nessa surdez sou ostra. fugidia.
quietude arrastando círculos, labirinto
avanço entre os destroços. luz e sombra.
moradia espetacular de mim, não durmo.
desperta do encanto, quero ser meu brilho.
rodopio de dor, não caio nem me levanto
e na liquidez do meu pranto
fervilho.
Imagem: Uma pérola ainda dentro da ostra.
Foto pertencente a Tuamotu, Manihi e outros
4 comentários
não durmo. quero ser feito de água.
E quem já não viveu o seu momento pérola, curtindo a própria dor, imóvel, até sair reluzente, como a lagarta antes de virar borboleta?... Linda poesia!
O Jorge é um poeta querido, sempre a poetar comigo...sinto falta dos nossos duetos, amigo.
beijos gratos
da sonia
Pois é, xará, quem já não o fez? Mas aí tentei mesmo imaginar o que diria a pérola...
Obrigada pela leitura, querida, e pelo comentário.
beijos mil
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