quarta-feira, 29 de setembro de 2010

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O LEÃO NOSSO DE CADA DIA II - Cássio Amaral

Para L. Rafael Nolli (Brother e Guerrilheiro Mor)


Um grito no absurdo 

Diz que poesia é pipoca em cine mudo 

0,03 centavos de créditos no celular 

Um arsenal de metáforas 

Um vento agredido nos sonhos de Maiakovski 

Revolução de dons quixotes arfantes de prosas 

Perfeitas que nos batem, nos cospem, nos matam

Nos fuzis armados e disparados de verve eloquente 

E lúcida de Luther Blisset

Viva o cinema mudo, o disco voador do Pateta Bush

Viva Xuxa e o Bonde do Tigrão

Viva, Viva!!! Tudo está morto na mídia

Viva, Viva! E tudo está big brothermaniacando encantos?

Viva! Viva!

Viva! Viva!

Mas na veia da Guerrilha ainda há justiça,

Há Lou Reed fumando nuvens sangrentas

E Zappa cheirando sóis anestésicos de picardia

Píncaros de surrealidades que o corte se faz

Num instante exato

Viva! Viva a poesia morta e enterrada nos dias infernais

Que virou o pó dos açúcares piegômetros

No chavão de limão com coração

Mas ainda há artilheiros

Empunhados com suas armas

Ainda há artilheiros

Preparados com suas clavas

Ainda há artilheiros

Bárbaros que encaram a face do diabo

Prontos com coquetéis molotov

Prontos pra enfrentarem o amanhã

Com um rife de Zappa num escrito

Que alucina a boca do sapo que engole

A aurora quando o céu derrete


30/03/07



Imagem: Eduard Szattler


1 Comentário

L. Rafael Nolli

Cássio, tenho o maior orgulho em ter meu nome vinculado a esse poema!
Abraços!