Os amores,
os medos e vertigens,
as esperas e segredos,
os cantos e entregas
são flores.
Flores da manhã de
infantis alegrias,
recebem as graças solares,
de azuis sem mistério,
exalam nos ares de todos os presentes.
Outras, noturnas,
vicejam damas da noite,
perfumadas
de segredos lascivos.
Em lentos olhares
flertam com inocentes
homens
promíscuos desejos,
quase mortais.
À tarde,
sempre à tarde,
vicejam as tardias
no despertar,
que mergulham fundo
no fastio e
abrem-se ao passado,
e lembram, lembram
de todas as flores passadas.
São elas, as flores de antes,
do passado tardio,
onde os singulares amores,
medos e vertigens,
onde as esperas e segredos,
os cantos e entregas
não aconteceram.
Aconteceram pois, em flores das tardes,
calorentas e impudicas;
aconteceram sobre suas coxas,
grudadas de suor, desnudas.
São todas elas flores da tarde,
amarelas que aguardam
as abelhas,
a campainha,
o telefone,
o latido.
Aguardam paradas
o passado.
terça-feira, 5 de julho de 2011
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Flores
autor(a): Beto Rébula
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