terça-feira, 5 de julho de 2011

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Flores

Os amores,

os medos e vertigens,

as esperas e segredos,

os cantos e entregas

são flores.



Flores da manhã de

infantis alegrias,

recebem as graças solares,

de azuis sem mistério,

exalam nos ares de todos os presentes.



Outras, noturnas,

vicejam damas da noite,

perfumadas

de segredos lascivos.

Em lentos olhares

flertam com inocentes

homens

promíscuos desejos,

quase mortais.



À tarde,

sempre à tarde,

vicejam as tardias

no despertar,

que mergulham fundo

no fastio e

abrem-se ao passado,

e lembram, lembram

de todas as flores passadas.

São elas, as flores de antes,

do passado tardio,

onde os singulares amores,

medos e vertigens,

onde as esperas e segredos,

os cantos e entregas

não aconteceram.



Aconteceram pois, em flores das tardes,

calorentas e impudicas;

aconteceram sobre suas coxas,

grudadas de suor, desnudas.

São todas elas flores da tarde,

amarelas que aguardam

as abelhas,

a campainha,

o telefone,

o latido.

Aguardam paradas

o passado.

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