Sombra escura violácea
e mansa
da fralda da noite
tempos de redutos vaticínios
nuanças mórbidas e estiradas
do rio langoroso
amargo em suas felinas plumas
- sem alvorecer –
no véu da espuma cálida
uma orquestra de nuvens
gritada entre arcos de arvoredos
pequenos e rosados silêncios
um fim
um medo
um corredor
correnteza
em fluxo o movimento
a tanto tempo esquecido
o meio do deus nas terras
de seca e aparte
marchavam os infantes
e as ondas cristalinas
quais flores de fácil
aprumo
num instante
os olhos e a água
o rastro moreno
perfume de ervas
gotas e gotículas
o doce arquejante solícito
à espera
de tua mandala
mandarim de aleluias
ainda dançam as águas nas nascentes...
Ainda ?
ou movemo-nos em
outra área
a ribanceiracom flechas e dardos
soluços sem ritmo
um ósculo de ódio
alguns vinténs de
infinito e...
aleijados e alheios
na lúcida fealdade
de empréstimo o vapor dos tempos
lá aonde desfazem-se
moléculas no negror do ócio
de mérito um curvado
e recuado circunflexo
arquitetura
de luzes e fagulhas
essa sede
no pote
marola na nave
já será ainda um
outro momento ?
BALÃO DE ENSAIO - EDITORA PROTEXTO (2007)
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