A DANÇA DOS ARCOS - A NASCENTE
II - A CLAREIRA
Quando Aboé se foi todas as encenações da dramaturgia do veio terrestre estavam alisadas ao pé da Clareira. Nua, ela se estendia por uns benditos arranha-céus silvestres, que mais do que ondas navegadas ao redor de um sacramento, eram a acolhida de um destino.
Antes que a brisa, foi o vento e Margri deixou-o escorrer insone, varrido e vasto na planície solene. Intermediou-o na conspiração de um cinza vagaroso, alongado de sugestões e preces. Nem de sua alma, nem de seu desejo, extraiu qualquer codinome. As artimanhas das longas divagações do tempo estreitaram-se tão esvanecidamente que o fundo e o raso já norteavam-se de um mesmo plano.
Fugaz era a lembrança do ser que não se desmentia. Altiva era o haste do princípio desanuviando-se ao pé do Cálice.
Cada fresta da manhã invadia pequenas sombras de seu perfume. Invariavelmente estremecia no jugo da lua a acolhida da permissão. O todo da mata envaidecia-se de ser tão pronto na entrega de armas. Desnutria-se com precisão, ansioso por indicar em cada fractal de suas anáguas um corrido e enfeitiçado desmanche de formas.
A marcha não se nutria por um claro acordo, antes, brincava ao aleatório dos modos dos compassos. Eram ventos e moldes, mas, de si não se arrancaria mais do que um perpétuo assentimento de orientação.
Antes de voltar-se ao abrigo de suas festas não se olvidava de estremecer a pouca valia de tal ou qual ensejo. Era inserir-se e não temer
Aos pés de seu Príncipe
eram os fogos sem silêncio.
Para além de seus sonhos
O leito de devaneios.
Vivia-se, enfim, para a
Saciedade ao líquido
Solfejos estremecidos
quase um beijo
(armavam-se os elementos e trocavam-se
uns afagos, esses romances que lentamente
depurávamos quase tocados aqui e ali
das harpas e dos anjos).
1 Comentário
Forte emissão de partículas ...
Forte poder de dispersão...
Forte ...
Belo ...
Obrigado
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