A campina verdejante chora no orvalho da manhã
Enquanto o gado apascentado mata fome e sede
A vista colhe a imensidão que existe e, vede,
Nem toda vocação humana é tão malsã.
A grama é ruminada e é sorvido o pranto
Que pleno desse campo se decanta e pende
Do céu não matizado entre o azul e o branco
Enquanto o sol não rasga e o horizonte acende.
E então nos doura o lume e o verde cede o instante
Na linha mais distante explode o céu luzente
E o dia, alforriado, nasce exuberante.
E desce-me o orvalho à vista minha ausente
E mata a sede e a fome do meu peito exangue
A luz que cega os olhos para abrir-me a mente.
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