Pelos muros da cidade,
furtivas sombras entre vielas e becos.
Testemunhas da vida,
mensageiras da morte,
escorregam nas calçadas onde pisam os homens,
onde dormem os homens,
onde esmolas são atiradas sem a cor dos olhos.
Entristecidas sombras curvam-se em dias de fome,
contorcem-se em horas de insônia,
e, livremente, trafegam na cabeceira,
em forma de bichos e temores.
Co-irmãs nas horas arrastadas,
fantasmas dos medos insidiosos,
companheiras das noites sem versos.
Derradeiras sombras,
de conhecidos rostos,
reúnem, mal delineados,
todos os poetas das madrugadas sem poesia.
*********
Seja o primeiro a comentar:
Postar um comentário