Sagitta 1
Ouvia. Ouvia sim, a música diluída na distância até ao ponto que seu ouvido conseguia alcançar. Era uma música conhecida, apesar de seu ritmo violento, rápido, precisava apurar os ouvidos para distinguir as palavras. E o que elas lhe diziam? Momentaneamente nada. E como poderia dizer alguma coisa se ele nem sabia o do porque estava naquela situação. O que estava fazendo naquele morro que ora lhe parecia um amplo espaço aberto, em outros momentos, dava a sensação de estar numa gruta onde a luz difusa mal iluminava o caminho. Tentava caminhar, tateava apalpando a parede úmida e gosmenta e fria. Sua respiração subia, tinha a nítida noção que estava passando por aquilo para salvar a sua vida. Se livrar da escravidão. Mas qual escravidão? Da vida? Da materialização da vida e seus vícios? Quando se sentia no morro onde seus olhos cerrados pela violenta luz, o medo lhe dominava, paralisavam os movimentos até que uma sensação estranha lançava-o a um combate entre a paz e a dor. Nesses momentos conseguia tocar na paz com as pontas dos dedos acreditando em vencer o que lhe afligia sem saber exatamente o que. E era nesses instantes que surgia o sinal no amplo céu iluminado pelo sol forte. Uma sombra cobria seu corpo suado e violentado pela luta, dando-lhe uma pequena força para continuar. A princípio pensou ser um sinal, depois distinguiu um pássaro, quando mais perto chegou dele, foi que reconheceu uma águia que adquiria forma de flecha ou seta se materializando em seu interior. Captava essa materialização como chama queimando-o ao mesmo tempo em que a mente se abria guiando-o paralelamente as correntezas do rio da vida. E o poder da sua carne tornava-se rígida, um pouco cansada, mas não frágil, pois sabia que, como ele, seus inimigos se encontravam paralisados ignorando o rumo que deveriam tomar. Ele tinha um rumo, talvez até soubesse qual era, mas envolvido por uma névoa que não o deixava ver claramente, e nem podia, pois se soubesse não haveria significado nenhum em percorrer. A todo o momento se perguntava: “Conseguirei completar todo o meu caminho?”
pasotrelli
Ouvia. Ouvia sim, a música diluída na distância até ao ponto que seu ouvido conseguia alcançar. Era uma música conhecida, apesar de seu ritmo violento, rápido, precisava apurar os ouvidos para distinguir as palavras. E o que elas lhe diziam? Momentaneamente nada. E como poderia dizer alguma coisa se ele nem sabia o do porque estava naquela situação. O que estava fazendo naquele morro que ora lhe parecia um amplo espaço aberto, em outros momentos, dava a sensação de estar numa gruta onde a luz difusa mal iluminava o caminho. Tentava caminhar, tateava apalpando a parede úmida e gosmenta e fria. Sua respiração subia, tinha a nítida noção que estava passando por aquilo para salvar a sua vida. Se livrar da escravidão. Mas qual escravidão? Da vida? Da materialização da vida e seus vícios? Quando se sentia no morro onde seus olhos cerrados pela violenta luz, o medo lhe dominava, paralisavam os movimentos até que uma sensação estranha lançava-o a um combate entre a paz e a dor. Nesses momentos conseguia tocar na paz com as pontas dos dedos acreditando em vencer o que lhe afligia sem saber exatamente o que. E era nesses instantes que surgia o sinal no amplo céu iluminado pelo sol forte. Uma sombra cobria seu corpo suado e violentado pela luta, dando-lhe uma pequena força para continuar. A princípio pensou ser um sinal, depois distinguiu um pássaro, quando mais perto chegou dele, foi que reconheceu uma águia que adquiria forma de flecha ou seta se materializando em seu interior. Captava essa materialização como chama queimando-o ao mesmo tempo em que a mente se abria guiando-o paralelamente as correntezas do rio da vida. E o poder da sua carne tornava-se rígida, um pouco cansada, mas não frágil, pois sabia que, como ele, seus inimigos se encontravam paralisados ignorando o rumo que deveriam tomar. Ele tinha um rumo, talvez até soubesse qual era, mas envolvido por uma névoa que não o deixava ver claramente, e nem podia, pois se soubesse não haveria significado nenhum em percorrer. A todo o momento se perguntava: “Conseguirei completar todo o meu caminho?”
pasotrelli
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