terça-feira, 11 de dezembro de 2012

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Jorge, o Feliz


Jorge é, principalmente, feliz. A vida não é fácil - para ninguém! -, mas quem o vê, dia após dia, simplesmente vivendo, pode se enganar.

Atravessa as semanas com um sorriso impávido, a despeito do calor, do trânsito ou da fome no mundo. Como os cães, que retornam com a bolinha independente do que aconteça.

Todos o conhecem. Não chega à esquina sem ser cumprimentado. Os amigos mais íntimos, amigos mesmo, são apenas seiscentos. Nenhum dos quais jamais o viu triste!

Independente do que se passa no mundo entre segunda e sexta-feira, eles se reúnem aos sábados para uma celebração pueril. Em seu evento semanal, quase de forma religiosa, comemoram unicamente a existência da vida.

Terremoto no Japão, guerra no Oriente Médio, fome na África, crise na Europa ou a seca nordestina. Nada disso importa. Enquanto há vida, Jorge celebra. Começa cedo, já às dez da manhã há fumaça na churrasqueira e samba nas caixas de som. E a alegria não tem hora para acabar.

Uma atitude realmente bonita diante da vida. Coisa admirável. Não fosse Jorge meu vizinho.

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