segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

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PELAS JANELAS...



O dia
A noite
Manhã ou entardecer
As lágrimas curtidas na memória
O conto
A história
O jardim do quintal a florescer
O moleque jogando futebol
As cortinas descoloridas
Os olhos à espreita
De alguém, lá fora, ser suspeita
O frio
O calor
Todos os momentos
Todas as estações
Réstias de luzes
O cachorro
O gato
O fato 
Que todos os dias se esconde
Atrás ou à frente das janelas
Janelas abertas
Fechadas
Redondas
Quadradas
Janelas dos apartamentos
Das casas térreas
Dos sobrados
Das mansões
Dos barracos
Tanto faz!
Pois quem olha
São os olhos
Daqueles que não conseguem
Ver mais
Além, do além que atém
Todos aqueles que olham
Pelas janelas
Em meio ao escudo das cortinas
A infinita miséria

Imagem do Google

5 comentários

Evanir

Adorei conhecer seu blog e seguir o poema é maravilhoso.
Uma linda semana beijos,Evanir.

Penélope

Grata pelo seu carinho e atençao, Evanir. Por aqui sempre tem grandes poetas...
Abraços

Dayse Sene

Lindo! Lindo! Lindo ...
" Pelas janelas
Em meio ao escudo das cortinas
A infinita miséria"
Bem assim...
Muito bom e intenso...nada se esconde, de quem escondida atrás das janelas, conseguem ver.
Beijos

Pablo Flora

Belo poema! Uma crônica em versos onde os miros miram, os olhares vagueiam as léguas máximas e mínimas de um cotidiano nosso de cada dia em contrastes. Abraço.

Jandira Zanchi

Um poema que encanta, Malu! Abraço.