terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

0

Quase quarta



É o silêncio do verbo. Da frase mesma. Um branco de folha que exige a linha. Minha linha. Minha voz. Que são várias. Minha palavra está "infectada" de tantos discursos...
Mas há uma necessidade de escrita. Um exercício. Tarefa. E somos ensinados a cumprir. Tantas tarefas...
Mas também há um certo prazer. A construção do texto o é. Prazerosa. As vezes. Sofrida várias. Várias vezes ele nasce aos pulos, rasgando, cuspido. E grita sua força e sua fome.
As palavras têm fome. E consomem os olhos. Dos leitores todos.
Pois é...
E é quase quarta. Penso que estamos sempre nesse intervalo. No meio... propensos a  um quase... sempre.
E o meu texto agora é isso.  E está quase no prazo. Terça é o limite. Temos nossos limites. Vivemos com eles. Alguns são tão condicionados aos limites que sem eles não conseguem dar mais nem  um passo.
A regra. O condicionamento. ..
Pois bem. Sobre o que escrevo. Hoje terça feira. 23:08. Escrevo sobre o fato de escrever. Da necessidade e da angustia de criar com palavras e idéias uma outra coisa.
Quase quarta...
Mas ainda é terça. E o tempo zomba de mim. E vou largando esse texto. Palavra por palavra. Fragmentação.
Arrancar do texto o próprio texto. Desse fazer o texto. Da produção. Produto?
Tudo acabaria se tornando um produto?
Capital? Comércio?
Distende-se o texto. Linhas de fuga se mostram.  Melhor terminar. 23:13.

Fim do texto. Terça-ainda. Quase-quarta.

Seja o primeiro a comentar: