O Poema
A noite aparece, pouco densa,
oferenda fabulosa e pura.
Escrevo, apenas.
Os dedos brilham ao som
das teclas tornadas letras,
signos ainda
não desbravados.
Construo e inauguro leitura possível.
Sem
remissão, sílabas claras
são lastro
seguro.
O
vislumbre de uma passagem
irrompe
e versos surgem na tela,
buracos
luminosos plenos
do
sublime experimentado na carne,
do
transcendente fogo dos deuses.
Pressinto
o mistério da transmutação
de um
instante extraordinário.
Estou cravada no mundo;
numa
quietude geradora parto
das
ruínas, sem milagres nas mãos;
lavrados
em nenhuma escritura,
a força
atenta e o valor guerreiro
fundados
no sangue.
Sonia
Regina
300413
6 comentários
"Sem milagres nas mãos".
É possível, chamar à poesia um milagre, não fosse ela vida, não fosse a vida um verdadeiro milagre.
Um beijo
Sonia,
Muito Bonito o Poema!
Gostei especialmente disso:
<<< A noite >>>
"aparece, pouco densa,
oferenda fabulosa e pura.
O vislumbre de uma passagem
do transcendente fogo dos deuses.
Numa quietude geradora parto
das ruínas, sem milagres nas mãos;
lavrados em nenhuma escritura,
a força atenta e o valor guerreiro
fundados no sangue"
Um Beijo, Jorge
Querida Sonia,
bela construção.Gostei muito!
Parabéns!
Beijos, Tânia.
Ótimo retorno, Sonia. Belo e essencial poema. Bjos
"Escrevo, apenas. Os dedos brilham ao som das teclas tornadas letras,
signos ainda não desbravados." É a magia que tomou conta da tua alma e transformou letras em um belíssimo poema, Sonia! Beijos
Amigos Lidia, Jorge, Tânia, Pablo, Sonia
Obrigada pelos comentários. Assim ficaram registrados, nesse poema, os únicos versos de 2013.
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