quarta-feira, 29 de maio de 2013

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ARCANJO - JANDIRA ZANCHI







Flores são sementes no
fim da noite

as estrelas de carnaval
passado ainda
desfilam nesse

sorrisos e meias luas
de alegoria

no bosque
perfurações medievais
arquitetada harmonia
de madeira e cipreste

a vida é uma ilusão de
solidão e companhia

como enviei a deus, pela esquerda ,
essa certeza de boa mira ?

o que não se corrompe
se mantém em silêncio
no Arcanjo da dúvida

pois somos mortais
enfronhados em luzes
macias
- que não entendemos -
aquietados e movidos
por uma ordem do deus
que injusto – ou frágil –
ou esquecido
ou distraído
mantém matilhas
e arquiteta o arco
porém, manifesta-se,
lisonjeia a honra do justo

A vida tão em dúvida
- arquétipos –
humanos humanoides
emocionalizados
cristalizados
rachados rachaduras
enfronhados

a lucidez
império
sem luvas

conduzirá a nova aventura
a frio
no vácuo
sem vertigens ?

metáfora e metabolismo
a felicidade em cabanas
- tépido inverno.

              Balão de Ensaio -  Ed. Protexto (2007)

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