O piano martela
O piano martela as teclas pretas e brancas transformando o sorriso que, antes festivo, em preocupações impingindo a rotina novamente.
O novo rapidamente torna-se velho e o espocar do champanhe borbulha no rio poluído.
Pustulentos nacos de dejetos humanos, surrupiados de suas vidas, brilham no dorso da fome que o povo se alimenta.
Chora a mãe a fome do filho mais novo, enquanto o mais velho, de olho adulto, pragueja estendendo a mão:
- Uma esmola, por favor,
- Desculpe, não tenho – responde o senhor empertigado no seu terno de quinhentos reais.
“Que merda! É hoje que apanho da minha mãe, novamente.” – pensa o garoto amargurado e triste.
09.01.2008
pastorelli
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